A Invenção de Hugo Cabret

A Invenção de Hugo Cabret, de Brian Selznick





O livro conta a jornada de Hugo Cabret, um menino órfão que mora em uma estação de trem parisiense, nos anos 30. Seu trabalho se resume na manutenção do relógio de estação, porém a tarefa que lhe tem maior dedicação é completar a construção de um autômato ―uma espécie de robô à manivela ― dado pelo seu pai. Junto de sua mais nova e única amiga, Isabelle, sobrinha do rabugento vendedor de brinquedos, Hugo embarca em uma gigante aventura em busca de respostas para suas inúmeras perguntas.
O livro tem um desenvolvimento bem diferente dos livros “comuns”. Como é recheado de ilustrações, dá um ritmo diferente para a história: parece que estamos assistindo a um filme de papel. A história muito bela, trata de um assunto que interessa a muita gente: o cinema. Os personagens são muito carismáticos, e toda a trama e mistério que o autor propõe, são muito envolventes.
O que chama atenção antes mesmo do início leitura é o visual do livro. Muito bonito, colorido e simbólico. Brian Selznick , além de escrever, ilustrou toda a sua obra. E são essas mesmas ilustrações que constroem o grande clímax ao redor da leitura.
A Invenção de Hugo Cabret tem a impressão de infantil dada pelas gravuras, mas sua história é de gente grande, uma trama erguida com inteligência. Segundo o autor, sempre teve vontade de escrever sobre Méliés (ilustre ilusionista e pai da ficção-cientifica no cinema), mas foi só quando leu “Edison’s Eve: A Magical History of The Quest for Mechanical Life” – de Gaby Wood, que isso aconteceu. O livro de Wood falava a respeito da coleção de autômatos do ilusionista, que teria sido ignorada em um sótão de museu e depois descartada. Brian imaginou um menino achando um desses robôs, dando assim vida a seu personagem Hugo.
Hugo Cabret tem uma linguagem simples, sempre se apoiando nas belíssimas imagens – tanto de Brian quanto do próprio Méliès – para criar o universo de Hugo e desenrolar sua história.
Uma leitura rápida, excelente e muito interessante – ainda mais se você é amante da história do cinema. Possui 534 páginas, lançado pela editora Edições SM e é escrito pelo autor Brian Selznick .
Se a história conquista pela sensibilidade e pela linda homenagem que presta ao cinema, a edição da SM faz um excelente trabalho ao apresentar uma narrativa entrecortada por páginas e mais páginas ilustradas a grafite. Mais do que reproduzir cenas, as imagens fazem a ponte entre um bloco de texto e outro, sendo fundamentais para o andamento da história. E as bordas negras dão a ideia de fotogramas. A forma perfeita de transportar a ilusão do cinema para o papel.

Felipe Barbosa

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