Histórias de Cronópios e de Famas, de Julio Cortázar
Histórias de Cronópios e de Famas, de Julio Cortázar
Esse foi um dos poucos livros do gênero que já me aventurei, e Cortázar já entrou na minha categoria de melhor contista (desculpa Helena Parente Cunha). O gênero ao qual me refiro é o gênero fantástico, ou seja, nas palavras do próprio Cortázar em outro livro seu: “que se opõe a esse falso realismo que consiste em crer que todas as coisas podem ser descritas e explicadas, dentro de um mundo regido mais ou menos harmoniosamente por um sistema de leis, de princípios, de relações de causa e efeito, de psicologias definidas, de geografias bem cartografadas.”
De forma que você pode esperar qualquer coisa saindo de um conto desse cara. Ele mistura o real com a fantasia, brinca com os objetos rotineiros de casa e cria monstros e seres impossíveis. Tudo isso mas sem que a gente perca a noção do que estamos lendo. Ou seja, você está lendo um conto chamado “Instruções Para Dar Corda No Relógio” mas pensa “hmm isso aí é mais profundo do que apenas um conto sobre relógios…”
Afinal de contas, um conto é exatamente isso, algo que vai te tirar da realidade por alguns minutos e pensar a relação do que acabou de ler com a sua própria vida. E Cortázar faz isso de uma maneira super fluida e tranquila. Eu me adiantei falando sobre o relógio (porque que conto!) mas vamos por partes.
O livro se divide em quatro partes. A primeira se chama “Manual de Instruções”, e, como o nome sugere, trata de instruções para cantar, para chorar, sobre a forma de sentir medo, sobre como subir uma escada (??). Assim, logo de cara Cortázar mostra que o livro dele vai ser meio sem pé nem cabeça.
A segunda parte se chama “Estranhas Ocupações”, que pra mim foi a mais intensa. Os contos são sobre algumas histórias de uma família estranha, que gosta das ocupações livres e das tarefas sem importância. Um dos contos é sobre esse primo que costuma dar um nó num fio de cabelo e jogá-lo na pia para depois pegá-lo, seja no cano da pia ou no esgoto (novamente: ???).
A terceira se chama “Matéria Plásticas” e tem uns contos meio sem conexão que (adivinha) você fica ??? Por exemplo, um dos primeiros tratam da felicidade que é cortar a pata de uma aranha e mandá-la pelo correio para o Ministro do Exterior.
E finalmente a quarta parte do livro recebe o mesmo nome do título, “Histórias de Cronópios e de Famas”. Adianto que Cronópios, Famas e Esperanças são três seres inventados pelo autor e que serão o tema dessa sessão. São peculiares criaturinhas, cada uma com a sua personalidade. Recomendo a leitura e deixo pros leitores descobrirem por si só maravilhoso mundo de Cortázar.
http://resenhasdelivros.com/historias-de-cronopios-e-de-famas-de-julio-cortazar/
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