O adulto, a criança e o livro
O adulto, a criança e o livro: A função libertadora e informativa da leitura compartilhada
Por Caroline Lara, Leiturinha.
O livro é decisivo sobre a infância, essa é a fase de buscas e descobertas. Crianças são inventores, exploradores e artistas singulares, possuem a capacidade de reinventar o mundo a partir do que é levado a elas. É na infância também que se aprende a criar e nutrir os laços afetivos, a desenvolver hábitos que serão reproduzidos ao longo da vida. É nesse momento que devemos dispor toda nossa energia para aguçar e estimular essa criatividade de uma forma lúdica que envolva toda a família.
Ao direcionarmos um livro a uma criança, somos imediatamente interpelados pela sua função diante de um leitor repleto da necessidade de formação, instrução e entretenimento. Nos deparamos, também, com a submissão da obra frente a outro leitor potencial: o adulto intermediador, o qual dá o acesso da criança ao livro.
A interferência desse adulto no processo de condução e digestão da leitura é decisiva. O prazer de ler dependerá também do estímulo desse interlocutor. Para que a leitura possa ser produtiva e estimulante, são necessários alguns cuidados no momento de prática. Em primeira instância, é preciso a sincronia entre os dois leitores. As visões que o adulto possui da infância e da prática da leitura, devem estar esclarecidas a fim de propiciar um ambiente adequado para o desenvolvimento e prazer do pequeno.
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Nesse processo, a criança deverá ser vista através dos olhos do adulto como um ser ativo, que vivencia um período peculiar do seu desenvolvimento. É preciso a percepção desta como um “Já Ser”, que presencia uma fase que requer exploração de capacidades e incentivo às possibilidades.
A infância deverá ser considerada um momento com características e necessidades únicas e a literatura deverá ser utilizada como função auxiliar no desenvolvimento desse processo.
Cabe ao adulto vestir a roupagem do universo infantil propositando expandir o “vir a ser” da criança através do livro.
A fragilidade e a vulnerabilidade dessa fase não devem sobressair no momento da leitura, elas devem servir como estímulo para a exploração das possibilidades da criança e do seu desenvolvimento em liberdade, orientada no sentido de atingir a plenitude do seu processo.
Muito embora a literatura infantil ainda seja usada por vezes apenas como um instrumento didático, ela não deverá se afastar da arte. É preciso que o livro seja apresentado à criança como uma verdadeira obra de arte, que deve ser apreciada e refletida. Que como uma pintura, uma música ou uma peça, também possui sua função educativa. Assim, a criança terá maiores chances de ser boa leitora recebendo os estímulos assertivos para a fruição literária, transformando o momento da leitura em num instante desejado, não obrigatório.
A necessidade do rigor na escolha dos temas e títulos, do cuidado e do carinho, da disposição em realizar a leitura e do prazer nesse momento, é indispensável para que haja a harmonia entre as diversas funções que a leitura exerce na infância. Para o sucesso completo da leitura na infância, é valioso esse equilíbrio entre a função educativa e artística do livro, para que possam ser abertos horizontes que favoreçam a criação e explorem a cognição. Unindo a necessidade de informação à fantasia, ludicidade, imaginação e criatividade.
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