O Tempo e o vento
O Continente [O Tempo E O Vento #1], de Érico Veríssimo
Obra icônica do escritor Érico Veríssimo, considerada a melhor saga
desenvolvida no Brasil até os dias de hoje. Comparável a grandes mestres
como Victor Hugo, Alexandre Dumas e mais recentemente J.J.Tolkien na
riqueza de detalhes, também na maneira de fazer com que os leitores se
interessem por cada personagem em especial, dar voz a e importância a cada um
dos personagens da trama, com a sensação de que só aquele único personagem
poderia efetuar seja lá qual for o ato, que desencadeará o desfecho da trama,
pelas características únicas dele. Frequentemente recomendado e muito bem
comentado, este livro ainda não alcançou a popularidade que similares
conseguiram. É mesmo de impressionar que tantos citem autores internacionais
chegando a dizer que não leem autores brasileiros com orgulho nos lábios,
situação que seria facilmente remediada se conhecessem ao invés de perpetuarem
preconceitos discriminatórios os parvos procurassem conhecer exemplos do que há
de melhor na literatura brasileira.
Apesar de folclórica a narrativa dos Terra é sentida como verdade absoluta,
tamanha a complexidade e verossimilhança de seus personagens, tamanha a riqueza
de detalhes coerente com o correr da história do rio grande do Sul. “O tempo E
O Vento” nada mais é do que a história de muitos gaúchos, que viveram nos
tempos da construção desse belo estado. E ao longo dessa belíssima leitura é
como se a própria história se tornasse intima do leitor e uma coisa que vem de
dentro e que apenas está acontecendo a nossa frente, como se o escritor ao
invés de moldar sua obra a sua própria vontade, soubesse e adivinhasse cada
pensamento daquele que o lê. Como não se surpreender com Pedro Missioneiro,
tanto em sua versão juvenil, quanto em sua versão já adulta? Quem o imaginaria
indo parar nas terras dos Terra e no entanto, quem de nós, que teve a
oportunidade de lelo em letra e palavra mudaria algum detalhe de seu tão
malfadado amor por Ana Terra? Quem pensaria no detalhe do tempo e o vento que
acompanham cada tragédia e cada nascimento durante a trama? Quem não se surpreendeu
ao perceber que na velhice já confundia Ana Terra, com Bibiana Terra Cambara?
Ou vocês caros amigos leitores irão querer me dizer que apesar dos nomes
claramente dados, não confundiram Ana e sua neta, nas partes do livro em que as
duas citavam as mesmas frases perdidas em dias frio e sem esperanças? ” Noite
de vento, noite dos mortos.”
Sem ter mais o que dizer acredito que quem já parou para ler a tão
aclamada obra de Érico Veríssimo, não mudaria uma única palavra, por medo de
mudar os destinos da história. Cada palavra está em seu devido lugar e com sua
devida aplicação exata, mudar seria estragar.
Audrei Bittencourt Maciel, Técnica Agrícola e
Agropecuária, escritora nos blogs, Resenhas De Livros vinculado ao site Ler
Livros Online e De Olho Em São Marcos e autora da page Ensino Em São Marcos no
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